23.3.06

VERÍDICO, MEU CHAPA! - Estava lendo agora há pouco - os advogados não me permitiriam dizê-lo - e lá estava o narrador me contando que tinha feito uma resenha para o livro de certo Peter Lee à venda em uma certa página da net. Eu, que estava lendo o livro como uma narrativa-e-nada-mais resolvi checar a informação. Ela era verdadeira: a página, o livro, um trecho da resenha, tudo está lá.
Tenho ficado realmente impressionado com essa vertente-verdade da literatura atual. Vejam vocês o caso d'O Código DaVinci, que já rendeu monges suicidas e processos. Isso sim é literatura de verdade! Antes de puxarem as orelhas de Dan Brown, lembremos que Daniel Defoe não escreveu Robinson Crusoe. Não: ele "publicou os diários de um náufrago". Jane Austen falava de verdades universalmente conhecidas. Até o carismático José de Alencar contou as peripécias de suas mulheres como se fossem a mais descarada verdade. Ninguém escreve sem dizer a mais pura verdade. Hoje em dia as pessoas gostam muito de falar em verossímeis como uma espécie de defesa contra verdades, contra o mundo. Gente recalcada. É triste dizer, mas nos tornamos crédulos.

VERÍDICO, MEU CHAPA! - Estava lendo agora há pouco - os advogados não me permitiriam dizê-lo - e lá estava o narrador me contando que tinha feito uma resenha para o livro de certo Peter Lee à venda em uma certa página da net. Eu, que estava lendo o livro como uma narrativa-e-nada-mais resolvi checar a informação. Ela era verdadeira: a página, o livro, um trecho da resenha, tudo está lá.
Tenho ficado realmente impressionado com essa vertente-verdade da literatura atual. Vejam vocês o caso d'O Código DaVinci, que já rendeu monges suicidas e processos. Isso sim é literatura de verdade! Antes de puxarem as orelhas de Dan Brown, lembremos que Daniel Defoe não escreveu Robinson Crusoe. Não: ele "publicou os diários de um náufrago". Jane Austen falava de verdades universalmente conhecidas. Até o carismático José de Alencar contou as peripécias de suas mulheres como se fossem a mais descarada verdade. Ninguém escreve sem dizer a mais pura verdade. Hoje em dia as pessoas gostam muito de falar em verossímeis como uma espécie de defesa contra verdades, contra o mundo. Gente recalcada. É triste dizer, mas nos tornamos crédulos.

1 Comments:

At 11:13 AM, Blogger Camila Rodrigues said...

Nego, você precisa ler Sebald (se é que você já não leu)...
Estou imersa em " Os Emigrantes", livro sobre o qual apresento seminário daqui alguns dias, e eu não me lembro de ter lido nada onde essas realções literatura/verdade fossem tão complexas...

 

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