16.8.05

LENDO O PREFÁCIO DO AUTOR DE ROBINSON CRUSOE - A vida de Robinson Crusoe é pública. A estória de Robinson Crusoe é exemplar. Os feitos de Robinson Crusoe superam tudo o que existe sobre a Terra.
O público ainda é lugar de exemplos e assim a vida se realiza. A vida em sociedade pode ser fulgurante e a narrativa serve para isso. Para reunir a vida privada, como fosse possível deduzir de sua contingência um repertório de ações que, uma vez dispostas, instruem e divertem.
A narrativa é meio de imitação e sua definição pressupõe a passagem do ato ao exemplo, do acontecimento ao preceito. Por isso, nosso narrador conta "com modéstia e seriedade" e pensa "a aplicação religiosa de eventos" com vistas à "honra da sabedoria da Providência em toda a variedade de suas circunstâncias". Não estamos na órbita da Formação.
Imaginar que a narrativa remete a um denominador passível de correção ou aumento (não se esqueçam de que Robinson supera) movendo paixões ou levando à reflexão é realmente uma loucura. Admito que fui estimulado a aprender e fazer omeletes com o Mastroianni de Una Giornata Particolare, sendo essa a única lição que tomei dos filmes. Mas faz tempo que as narrativas não ensinam e, para dizer a verdade, sequer divertem. Bem lembro que o caso do omelete não era a receita, mas a elegância. Estraguei os ovos e não comi ninguém.





LENDO O PREFÁCIO DO AUTOR DE ROBINSON CRUSOE - A vida de Robinson Crusoe é pública. A estória de Robinson Crusoe é exemplar. Os feitos de Robinson Crusoe superam tudo o que existe sobre a Terra.
O público ainda é lugar de exemplos e assim a vida se realiza. A vida em sociedade pode ser fulgurante e a narrativa serve para isso. Para reunir a vida privada, como fosse possível deduzir de sua contingência um repertório de ações que, uma vez dispostas, instruem e divertem.
A narrativa é meio de imitação e sua definição pressupõe a passagem do ato ao exemplo, do acontecimento ao preceito. Por isso, nosso narrador conta "com modéstia e seriedade" e pensa "a aplicação religiosa de eventos" com vistas à "honra da sabedoria da Providência em toda a variedade de suas circunstâncias". Não estamos na órbita da Formação.
Imaginar que a narrativa remete a um denominador passível de correção ou aumento (não se esqueçam de que Robinson supera) movendo paixões ou levando à reflexão é realmente uma loucura. Admito que fui estimulado a aprender e fazer omeletes com o Mastroianni de Una Giornata Particolare, sendo essa a única lição que tomei dos filmes. Mas faz tempo que as narrativas não ensinam e, para dizer a verdade, sequer divertem. Bem lembro que o caso do omelete não era a receita, mas a elegância. Estraguei os ovos e não comi ninguém.





3 Comments:

At 4:32 PM, Blogger Camila Rodrigues said...

Sério mesmo, tinha um professor na história que só falava do Robinson Crusue ... não se porque você tem me lembrado muito o cara...
Só falta, agora, você começar a escrever sobre a história do humor na Belle Epoque brasileira, aí sim vou achar que trata-se de uma experiência genética.

 
At 4:34 PM, Blogger Camila Rodrigues said...

Seguinte ( eu não vou falar de 3 coisas na mesma mensagem, o que é ótimo para você, especialmente se você acreditar, como eu, que o número de comentários do seu blog indica o seu grau de popularidade...tipo, 0 comentários = suicídio!)

Mas, continuando... eu bulei, ainda que temporariamente a depressão e, por conta disso, meu blog ainda sobrevive!

Então: I will survive!

 
At 4:37 PM, Blogger Camila Rodrigues said...

A última e mais interessante coisa a ser comentada: o que vem a ser cobaia da "birudunga"?
Tenho até medo de pensar no real significado que pode ter isso!

 

Postar um comentário

<< Home