9.10.05
REFERENDO - Mudaram a pergunta pois ela estava confusa. No entanto, continua errada. O governo não quer deliberar sobre o direito à compra, à venda e, indiretamente, ao porte de armas. O governo quer deliberar simplesmente sobre o direito de violentar e ser violentado.
O maniqueísmo das campanhas decorre da própria institucionalização da nossa boa e velha violência de cada dia. Em todas, você, eleitor, é um homem ou mulher "de bem" que paga seus impostos, cria seus filhos e toca seu negócio. Você trabalha, você ama, você constitui o melhor do brasileiro. Você é pacífico e não desiste nunca. No entanto, há alguém que quer tirar o seu direito de produzir e procriar livre e brasileiramente. Esse alguém é o bandido. "Bin Laden do agreste", "iraquiano de sunga" ou "terrorista do Capão", essa é a figura paupérrima que agora exige sua opinião: como reagir? Pressupõe-se que você reage ou deve reagir. Esqueça os cravos, esqueça a poesia, esqueça o humanismo sem vergonha. Não consigo imaginar uma reação que não seja violenta.
Pensando somente em lendas urbanas, Sim e Não sugerem imagens bem específicas. O Não, vestido em ternos de corte tradicional, é a cara do Secretário de Segurança. Antes, ele prometia a Rota na rua. Agora, que a moda é ser cidadão, ele quer garantir seu direito democrático de participar da limpeza pública. Já o Sim veste roupas leves, tem fala descolada e alma pura, voltada às grandes e às pequenas causas, como vemos pela profusão de globais e intelectuais que oferecem seu rostinho bonito em prol da "paz", também limpinha, mas que gosta de chafurdar na merda de vez em quando. Colocando Sim e Não para conversar, fica claro que não há diferença entre as posições. As estatísticas até aqui se mostraram absolutamente indiferentes. O número que endossa é o mesmo que desmente. À margem de tudo, o elogio e a produção de miséria vai de vento em popa. O referendo só prova sua produtividade e capacidade de ajuste aos tempos.
Pensando somente em lendas urbanas, Sim e Não sugerem imagens bem específicas. O Não, vestido em ternos de corte tradicional, é a cara do Secretário de Segurança. Antes, ele prometia a Rota na rua. Agora, que a moda é ser cidadão, ele quer garantir seu direito democrático de participar da limpeza pública. Já o Sim veste roupas leves, tem fala descolada e alma pura, voltada às grandes e às pequenas causas, como vemos pela profusão de globais e intelectuais que oferecem seu rostinho bonito em prol da "paz", também limpinha, mas que gosta de chafurdar na merda de vez em quando. Colocando Sim e Não para conversar, fica claro que não há diferença entre as posições. As estatísticas até aqui se mostraram absolutamente indiferentes. O número que endossa é o mesmo que desmente. À margem de tudo, o elogio e a produção de miséria vai de vento em popa. O referendo só prova sua produtividade e capacidade de ajuste aos tempos.
A despeito do pobre fazendeiro que tem de defender sua terra e apesar da criancinha que achou que o berro era chupeta, vote nulo. O que está em jogo é sua saúde mental.
REFERENDO - Mudaram a pergunta pois ela estava confusa. No entanto, continua errada. O governo não quer deliberar sobre o direito à compra, à venda e, indiretamente, ao porte de armas. O governo quer deliberar simplesmente sobre o direito de violentar e ser violentado.
O maniqueísmo das campanhas decorre da própria institucionalização da nossa boa e velha violência de cada dia. Em todas, você, eleitor, é um homem ou mulher "de bem" que paga seus impostos, cria seus filhos e toca seu negócio. Você trabalha, você ama, você constitui o melhor do brasileiro. Você é pacífico e não desiste nunca. No entanto, há alguém que quer tirar o seu direito de produzir e procriar livre e brasileiramente. Esse alguém é o bandido. "Bin Laden do agreste", "iraquiano de sunga" ou "terrorista do Capão", essa é a figura paupérrima que agora exige sua opinião: como reagir? Pressupõe-se que você reage ou deve reagir. Esqueça os cravos, esqueça a poesia, esqueça o humanismo sem vergonha. Não consigo imaginar uma reação que não seja violenta.
Pensando somente em lendas urbanas, Sim e Não sugerem imagens bem específicas. O Não, vestido em ternos de corte tradicional, é a cara do Secretário de Segurança. Antes, ele prometia a Rota na rua. Agora, que a moda é ser cidadão, ele quer garantir seu direito democrático de participar da limpeza pública. Já o Sim veste roupas leves, tem fala descolada e alma pura, voltada às grandes e às pequenas causas, como vemos pela profusão de globais e intelectuais que oferecem seu rostinho bonito em prol da "paz", também limpinha, mas que gosta de chafurdar na merda de vez em quando. Colocando Sim e Não para conversar, fica claro que não há diferença entre as posições. As estatísticas até aqui se mostraram absolutamente indiferentes. O número que endossa é o mesmo que desmente. À margem de tudo, o elogio e a produção de miséria vai de vento em popa. O referendo só prova sua produtividade e capacidade de ajuste aos tempos.
Pensando somente em lendas urbanas, Sim e Não sugerem imagens bem específicas. O Não, vestido em ternos de corte tradicional, é a cara do Secretário de Segurança. Antes, ele prometia a Rota na rua. Agora, que a moda é ser cidadão, ele quer garantir seu direito democrático de participar da limpeza pública. Já o Sim veste roupas leves, tem fala descolada e alma pura, voltada às grandes e às pequenas causas, como vemos pela profusão de globais e intelectuais que oferecem seu rostinho bonito em prol da "paz", também limpinha, mas que gosta de chafurdar na merda de vez em quando. Colocando Sim e Não para conversar, fica claro que não há diferença entre as posições. As estatísticas até aqui se mostraram absolutamente indiferentes. O número que endossa é o mesmo que desmente. À margem de tudo, o elogio e a produção de miséria vai de vento em popa. O referendo só prova sua produtividade e capacidade de ajuste aos tempos.
A despeito do pobre fazendeiro que tem de defender sua terra e apesar da criancinha que achou que o berro era chupeta, vote nulo. O que está em jogo é sua saúde mental.
2 Comments:
É por isso que eu preferiria que tivessem substituído o termo referendo por REVERENDO, como eu já te disse ... uai. se o lance é saúde mental, nada melhor que uma autoridade espiritual para impôr os termos e os limites hehehe
Mudando de assunto: seus spams estavam afoitos por um novo post! Logo dois, heim?
essa foi boa, cá... eles ficam ouriçadíssimos à espera dos meus espasmos mentais!!!
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